Ha’ uma escrita que tem de ser fundada. Refundada. Aquela escrita que nao ves nem sentes, acontecer, mas que fazes, acontecer, apenas. Como aqueles diarios loucos que escrevias.
Abriras portanto uma pagina nova nesse caderno onde. Rasgaras nele uma simples linha, uma linha tracada no corpo. A tua, carne e o teu corpo portan-tu. Nao quereras generalidades comunicaveis e publicaveis. Quereras ai, nessa escrita algo que so’ a ti diga respeito. Quereras fundar um universo, o teu universo escrito. Quereras deixar ali o traco claro do processo que es. Sem ter visao para outros, sem ouvir os outros, sem falar para os outros.
So’ tu para ti. Nenhuma comunicacao, resposta ou actividade. So’. Como um eco que se dissolve. Quereras ouvir o eco de ti. Quereras responder ao quem es tu depois de esse ruido todo. Quereras responder que nao es nada mas tambem que es esse eco mesmo. Esse espaco de resonancia onde ecoam todos os desejos, palavras e coisas do mundo onde existe isso, tu.
Vais fundar nesse papel o espaco solidao do teu eu. Atirar-te ai contra uma parede qualquer e deixar que la’ fique. So’ para ouvir o eco de ti. Objecto estranho esse que emite ruidos. Ruidos que sao essas palavras mesmas. Palavras estranhas essas mesmas as que dizes. E que cave e’ essa onde ecoas senao uma caverna prisao. Poderias pensar em ti, por ti, pensar-ti. Mas havera’ ai so’ tus, tis, e vos e aborrecimentos de espelho.
E e’ por isso que quereras amigo, aqui fundar-me a mim! Porque. Que eco é esse sem mim, parede de ti eco? Quereras levar a minha boca alem. Quereras sentir em mim e eu sentir na tua palavra o objectificavel do nosso toque, que é esse quase nada. Eu, tu, ele igual, identico.
Um dia haveremos de nos encontrar, eu e tu (e até ele) e diremos para connosco: quem és tu que nao sou eu? Que es eu que nao sou tu? E ai, ai localidade, aqui, haveremos de sentir as entranhas nossas que sempre foram unas.
E no final o defensor de ideias falando para consigo, CONTIGO AMIGO!, disse: havemos meu caro, um dia, de nos sentar, frente a frente, como quem grita garganta a dentro, e decidir quem é quem. Eu sou-tu.
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