Tuesday, July 31, 2012

Vejo pedras? Sao moinhos.

E' triste concluir que este blog tem de ter fundo escuro. Mas e' ao mesmo tempo bom concluir que este e' um blog de viagem, sempre! Por isso e' que tem de ter um fundo escuro, por nao haver viagem.
E' bom saber-me viajante, que e' o mesmo que dizer que e' bom ter a certeza que a viagem e' a solucao para qualquer problema. Por exemplo, a viagem e' a solucao para a escuridao do fundo deste blog.

A viagem e' tambem solucao para o problema das pedras escuras que vejo na rua.
Discordando do Gedeao, hoje eu vejo pedras, mas sei que sao moinhos!
E' bonito aceitar a diferenca de perspectivas, mas dentro de nos, entre os varios eus, nao hesitamos na censura! Nao sao pedras escuras, sao moinhos! Matamos assim aqui o eu que nao quer viajar. Celebro hoje, com isto, um dia marcante: o dia em que Nietzsche esta' fundamentalmente errado, e portanto, doente.

Aqui, uns e outros, sou todos eu:

Impressão digital

Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.

Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos
onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.

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