Saturday, January 5, 2013

o síndrome do viajante (de um post de Set 2007)

Há uma sentimento que me invade quando viajo, o síndrome do viajante.
As jorradas de vida, realidade e diferença que me penetram, reflectem-se nos meus olhos e no meu sorriso permanente. Um estado de harmonia com a violenta real-diversidade. As ideias já não são concretizáveis, são meramente visíveis. As respostas possíveis da politica, metafisica ou ética misturam-se em volta da avalanche de dados. A maquina cérebro vai sempre dizer que há uma lógica, uma realidade, um sentido. Viajar é derrotar esta inércia estruturante do nosso cérebro.

Há só uma teoria que me invade lentamente, que todos confirmam mas ninguém concorda: somos todos a nossa educação e a luta que temos com ela nos limites de nos mesmos. Ética e politicamente. Cultural e socialmente.
Siddartha diz-nos que, se formos capazes de absorver o para la dos nossos limites, chega-nos um sorriso. Deleuze diz-nos que se nos perdermos ai, no nirvana, na despersonalização, nos encontraremos num final. Nietzsche também vive ai, como se houvesse um ponto de chegada. Eu não espero encontrar-me senão na medida em que regressarei sempre a mim, a uma construção qualquer; amalgama de educação e revolta.

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